O livro reúne poemas, contos, crônicas, miniconto, trovas literárias...
São 110 páginas que registram momentos no meu universo poético.
Apresentação
MEu UNIVeRSO,
a Poesia é um
livro que reúne textos poéticos de vários gêneros e, por que não dizer, de
vários estilos, que foram escritos em épocas distintas da minha vida. Alguns
antigos, outros mais recentes; alguns criados obedecendo a temas, com
preocupação estética, e outros escritos apenas com o coração derramado na ponta
dos dedos.
O livro traz uma seleção de
textos que se configura num apanhado geral entre inúmeras produções. É uma
mescla do meu universo poético, desde o primeiro poema, Teus Olhos, escrito na
adolescência, até o microconto Preconceito, fruto da última
premiação em concurso literário, até o momento.
Está dividido em duas
partes. Na primeira parte, apresenta poemas que, de alguma forma, se fizeram tão
especiais que garantiram suas presenças
neste meu primeiro livro de Poesias. E, na parte final, traz textos que foram
classificados e premiados em concursos literários municipais, regionais, estaduais,
nacionais e internacionais, desde 2006, quando retomei meus escritos e dei
continuidade e visibilidade ao meu mundo das letras.
MEu UNIVeRSO, a Poesia é um pouco de mim, do que
vivo, do que observo. É o sabor, às vezes, ácido, às vezes, doce, que sinto no
dia a dia da minha existência.
Os textos
aqui “pousados” são sentimentos descabelados de emoção,
intenção, revelação...
São algumas
folhas perdidas, páginas caídas do imenso e extraordinário livro da minha vida.
A autora
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O que dizer de Jussára? Que é poeta, nós todos sabemos. Mas uma só
palavra não pode descrever tanta poesia. Jussára é poeta-menina, poeta- mulher,
poeta-mãe, é poeta-flor...
Nesse
livro de tocantes poemas, sentimos as flores e os espinhos que a poeta
encontrou pela vida, sem jamais permitir-lhes que a afastasse do caminho em
versos doces e rimados.
Ela
é a poeta menina, inocente e que se apaixona pela primeira vez. A poeta mulher
que descobre a solidão e encontra na Fé o amparo. A poeta mãe que vivencia dor
em verso. E a poeta madura que tudo vê, tudo sente e tudo transforma em poesia,
consciente de que a poesia é parte de si, e sem poesia ela não sobreviveria.
Seria
esse seu segredo? Transformar gris em carmim e enfeitiçar versos para que eles
cantem por ela? Eu creio que Jussára desvendou o mistério e definiu poesia como
ninguém:
Ela
(a poesia) está em tudo que tiver a essência do amor. Então, se Jussára é poesia e poesia é amor, podemos
dizer que Jussára é a poeta-amor, pois o invisível que permeia todos os seus
versos é um imenso amor. Amor pela vida,
pelos filhos, pela Terra, pelo Homem. Todo esse amor que dela transborda
encontra em seus poemas o aconchego do rio que segue mansamente para o mar da Poesia.
Simone Pedersen
Escritora
e Poeta
Eu e a Poesia
Eu sou a
calma
Ela o
desassossego
Eu,
acomodação
Ela, paixão
Sou maré
mansa
Ela, erupção
Do amor sou o
afago
Ela é a
sedução
Uma sonha
acordada
A outra
repousa vivendo
Uma se
encolhe e espera
A outra busca
quimera
Uma é
insegura
A outra,
bravura
Uma quase
pacata
A outra,
desacata
Às vezes, sou
luz
Às vezes,
sombra
Metade de mim
fala
A outra
metade cala
Parte de mim
é razão
A outra,
emoção
Parte de mim
sou eu
A outra é o
coração
Tenho um lado
Maria
O outro, pura Poesia!
Jussára C Godinho
Classificado – Conc. Lit. Academia
Caxiense de Letras
Caxias do Sul - RS - 2011
2º Lugar
Classificado – Concurso ANTOLOGIA LITTERATUS - 2012
Celeiro de Escritores
– SP - 1º
lugar
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Presente/Pasado
Tu no eres
sueño
Eres
realidad
No eres
imaginación
Eres verdad
Tu eres
emoción
Ilusión...
(Pasión)
Tu no hes
sido sueño
Hes sido
realidade
No hes sido
imaginación
Hes sido
verdad
Tu hes sido
emoción
Ilusión...
(Pasión)
Tu eres
sueño
No eres
realidad
Eres
imaginación
No eres
verdad
Tu eres
dolor
Lágrimas...
(Nostalgia)
Jussára C Godinho
Concurso
Centro de Estúdios Poéticos – Madrid – Espanha – 2007
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Nueva Estación
Revoloteo de pájaros,
aroma de flor,
rayos de Sol,
promesas de calor!
semblantes alegres,
Revoloteo de pájaros,
aroma de flor,
rayos de Sol,
promesas de calor!
semblantes alegres,
gente de buen humor,
ilusión y sueño,
Tiempo de Amor!
Mucho frío, lluva
y mucha espera,
pero ahora...Todo azul!
Es Primavera!
ilusión y sueño,
Tiempo de Amor!
Mucho frío, lluva
y mucha espera,
pero ahora...Todo azul!
Es Primavera!
Jussára C Godinho
Concurso Vientos del Pasado – Centro de Estudios Poéticos – Madrid Espanha - 2007
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Poema Triste
Na rua o menino
Tão pequenino
Pedindo pão
Meu Deus, que susto!
Que mundo injusto
Que gente tão grande
E sem coração
Que sofrimento
Não tem cabimento
Pobre criança ao desalento
Sem ter solução
Hoje criança nessa situação
Amanhã um adulto
De arma na mão!
Jussára C Godinho
Classificado
no “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus”
- BA - 2008
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SINTONIA
Narração Poética
A Natureza toda ficou sabendo da nossa
paixão
E quis participar dessa emoção:
Caindo sobre nós, a chuva fria
Veio sentir de perto nossa alegria
Contou ao mar que se aproximou
lentamente
Para ouvir nossos corações batendo
descompassadamente
(Até beijou a areia fina e molhada
que, sentindo inveja, também quis ser
acariciada)
A Lua ficou mais brilhante
Queria ver o que se passava a todo
instante
As estrelas, curiosas, faiscavam de
felicidade
Ao descobrir que nos amávamos de
verdade
O céu, temendo a cumplicidade,
escureceu
Sabia que naquele momento
Eu seria sua e você seria meu
E todos viram de perto o que aconteceu
O Sol, que há muito guardava esse
segredo,
Entristeceu, pois o julgava somente
seu
Mas logo abandonou a tristeza
Compreendeu que um sentimento com
tanta beleza
Deveria ser compartilhado com toda a
Natureza
E a natureza é Deus
que, à procura de corações cheios de
Amor, nos encontrou
e para sempre nos abençoou!
Jussára C Godinho
Poema classificado no XIII Concurso
Nacional de Contos, Crônicas, Poesias e Obras Literárias – Academia Caxiense de
Letras – Cx. do Sul – RS - 2008 - 3º
lugar
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E o amor
acontece
Quando
respiro teu ar
Não sei o que
acontece
Minh’alma
passa a cantar
E de tudo se
esquece
Meus olhos
encontram teu olhar
Mais bela a
vida parece
Sinto meu
corpo arrepiar
Meu chão
quase desaparece
A tua voz a
soar
Em mim como
uma prece
Ecoa linda a
cantar
Num maleável
sobe e desce
Nosso olhar
ao se cruzar
Meu corpo
todo estremece
Palavras
ficando no ar
Minha face
enrubece
Pensamentos a
rodar
Ilusão que
floresce
Silêncios a
sufocar
Alma que
padece
Se pudesse te
falar
Mas meu ser
todo emudece
Como é bom te
amar
Melhor se tu
soubesses
Classificado no conc. Lit. “Palavras
do Coração” - Casa do Novo Autor - SP - 2009
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Dia da
Consciência Negra: Indignação
Consciência
tem raça
tem forma,
tem cor?
Não!
Consciência é
a matiz do amor
E a todos
enlaça
Basta de
tanto horror!
Paciência
também não tem cor
Nem raça, nem
forma
Mas...
tem limite e
decoro
e não se
conforma
Chega de
tanta hipocrisia!
É muita
heresia dizer
Que
consciência tem dia
Dia...
é todo dia
Que propicia
alegria, prazer
Haja
paciência!
Coloque a mão
sobre o peito
Negro,
amarelo, pardo,
branco, irmão!
E arranque do
coração
Os mantos do
preconceito!
Aja com
consciência!
Poema
classificado no “Prêmio Valdeck Almeida de Jesus” – BA -
2009 - (mais de 600
participantes)
6º lugar
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Colheita
Quantos
braços debruçados
Sobre
o solo ensolarado
As
enxadas deixando inchadas
Tantas
mãos calejadas
Gotas
de suor misturadas
À
terra sonhando sucesso
Os
corações descompassados
Plantando
nosso progresso
Veias
bombeando esperanças
De
confortos merecidos
À
família, às crianças
Gosto
de encargos cumpridos
Silêncio,
joelho dobrado
Pedindo
proteção
Plantio
abençoado
Sagrado
Coração!
Menção Honrosa no II Jogos Florais de
Caxias do Sul – RS - 2012 - 2º Lugar
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Amor,
Sentimento Estranho
Que
sentimento é esse
Que
derrete o coração
Emociona
sem aparente razão
E
faz tremer de emoção?
Que
sentimento é esse
Que
tudo dá, nada pede e não impede
Que
o outro lhe tome inteira
De
qualquer maneira
Sem
nenhuma barreira?
Que
sentimento é esse
Que
envaidece, entristece
Às
vezes, até emburrece
E
nos desestrutura inteira?
Que
sentimento é esse
Que
abala, dá medo
E
ao mesmo tempo acalma?
Que
sentimento é esse
Que
grita e nunca se cala
E
quando sussurra
Desperta
a alma?
Que
sentimento é esse
Que
nele se resvala
E
ainda se bate palma?
Que
sentimento é esse
Que
prende, mas satisfaz
Que
amordaça e não se desfaz?
Que
sentimento é esse
Que
se entrega e faz tremer
Que
emociona e endoidece
E
nos faz viver?
Classificado concurso Literário
Falando de Amor – Casa do Novo Autor – SP - 2010
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Nova Estação
Revoada de pássaros,
cheiro de flor,
raios de Sol,
promessas de calor!
Rostos alegres,
gente de bom
humor,
ilusões e sonhos,
é tempo de Amor!
Tempos de frio, de chuva
e de muita espera,
mas agora...Tudo azul...
Já é Primavera!
ilusões e sonhos,
é tempo de Amor!
Tempos de frio, de chuva
e de muita espera,
mas agora...Tudo azul...
Já é Primavera!
Publicado - Jornal Pioneiro – Caxias do Sul – RS - (Almanaque
Canto da Poesia, p 3) - 2003
Classificado – Projeto “Um Poema em
cada Árvore” – MG - 2011
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Amor
a Caxias do Sul
Minha
terra tem parreiras
e
o bom vinho vem de lá
As
uvas que lá semeiam
nem
se comparam com as de cá!
Minha
terra tem frio,
chuva,
neve e muito vento
e
gente que enfrenta desafio
com
bravura e sentimento!
Terra
forte, do quente chimarrão,
do
pala, da bota, do quentão
e
de muito amor no coração!
A
esse chão d’onde brota a emoção
manifesto
toda minha paixão:
te
amo com loucura, meu rincão!
Classificado
para a Antologia “Mil Poemas para Gonçalves Dias” – 2012
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Ler
pra valer
Quero
ler, ler pra valer
Para
poder sem temer
Aprender
a dizer, e a ser
Quero
esta vida viver
O
mundo compreender
Para
fazê-la a pena valer
Meus
desejos satisfazer
Longínquos
lugares ver
Deter
tudo que puder saber
Querer
é poder
Quero
ler pra valer
O
mundo nas mãos receber
Ler...Ler...Ler...
Pra
valer... Pra fazer
Valer a pena viver!
Poema
classificado - Projeto “Um Poema em cada Árvore” – MG - 2011
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Imagem Bucólica
Repousa o lago suave
entre os verdes olivais.
As garças em passos leves
dançam
ao seu redor.
Os galhos balançam
e abraçam suas águas
que mansamente
recebem seu acarinhar.
Repousa o lago suave
entre o azul do céu
e o verde a resplandecer!
Majestosamente
eternizado em matizes multicores
pelos dedos encantados
de Deus!
Classificado no V CLIPP – Concurso
Literário Presidente Prudente – SP - 2011
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Sonho dos pássaros
Mil folhas ao vento a
balançar
Flores multicores a
perfumar
Campos verdejantes a
encantar
Borboletas coloridas a
emoldurar
Ar cristalino, água pura
a jorrar
Das cachoeiras, cascatas,
e do mar
Ondas claras e suaves,
longe de marolar
Córregos, rios, lagos, as
águas a embalar
Seus iguais os ninhos a
afofar
No azul do céu a voar
Todos felizes a
cantarolar
O homem quietinho no seu
lugar
Nada mais querendo ceifar
E a natureza exuberante a
triunfar
Classificado concurso POESIARTE – 2011 – 8º Lugar
Menção
Honrosa - Conc. Lit. Oscar Bertholdo – Farroupilha –
RS - 2011 - 3º Lugar
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Acorda, inspiração
A caneta insone desliza
Risca, rabisca... Bisca!
Mas nada arrisca
Está cansada
Resiste, insiste
E... Nada
Força, padece
Sofre, lamenta, xinga
E a palavra...
Não aparece
Abalada ouve a balada
Da madrugada
Entrega-se e desiste
Minha inspiração expirou
Adormeceu antes de mim
Classificado no Concurso Lit. Prêmio
Livreto Digit-AL (Letras no Palco) – 2011
Classificado Concurso Big Time Editora
– 2011
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Criança
de rua
Criança!
Qual é seu defeito
Que lhe tirou o direito
De brincar contente
No pátio da escola?
Que mal você fez
Pra nunca ter vez
E viver só de esmola?
O que acontece
Que nada acontece
E ninguém lhe dá bola?
Enquanto o outro brinca feliz
Estuda, escreve, desenha
colore e cola
Você nada descola
Que vida infeliz!
Fica por aí cheirando cola
E a sociedade diz
que está tudo bem,
mas isso não cola
Que estupidez
Que mesquinhez
A solução tem de vir agora
Classificado no XVII FESERP - Festival
Sertanejo de Poesia
Prêmio Augusto dos Anjos - 2011
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Indomável
pensamento
Meu
pensamento voa, vaga
Arrisca e se
perde em ti
Constrói sua
morada
E em segredo
Brinca, sonha
e ri
Acorda calado
E em silêncio
Deixa uma
lágrima cair
Vaga, divaga,
Insiste, desiste
E ali volta a
residir
Fica, demora,
devora
Para e não
quer sair
Aquece,
endoidece
Dilacera,
explode
E não me
deixa dormir
Indomável
pensamento
Domina meu
coração de menina
Cavalga em
seu poder
Sua imagem
passeia em mim
Desnuda meu
ser
Seu nome chama
pelo meu
E baila no
salão do sonho
E o sono não
vem
O pensamento
insiste,
Não desiste
Exausta me
entrego, deixo fluir
E o
pensamento voa, vaga
E paira
definitivamente em ti.
Classificado para o “Guia de Autores
Contemporâneos” – 2009
Galeria Brasil – Celeiro de Escritores
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O Varredor
Lá
vai o Varredor
Triste
ou contente
Enfrentar
frio ou calor
Servindo a toda gente
Lá
vai o Varredor
Cumprir com seu dever
Com
ou sem dor
Não
pode esmorecer
Tudo varre, varrendo
E de todos seus males
Vai se esquecendo
Esse olhar profundo
Mãos
calejadas
Presença
no mundo
Soneto motivador da redação na Prova
de Vestibular 2010
Universidade Católica de Brasília –
UCB
Soneto classificado – Projeto “Um Poema em cada Árvore” – MG - 2011
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Encontro dos
Deuses
A luz dos
olhos meus
Quando se
encontra com a dos teus
Brilham
fantasias
Dissolvem-se
medos
Faíscam
desejos
Brindam
Poesia
Eros e
Afrodite
Furtam-se
Dos dedos de
Dionísio
Sonham
despertos
Os desertos
Recônditos do
Deusamor
Ferve(m) nas
veias
Vermelho-quente
Sangue vivo
E dos olhos o
brilho
Fagulha fogos
de artifício
o brilho
rebrilha agonias
não resiste,
aceita solene
dos
deusesamores o doce convite
Classificado – Concurso Literário Amor
Demais - Petrópolis RJ – 2011 - 5º
Lugar
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Magia dos Namorados (Heptassílabo)
Essa magia que envolve
O sentimento entre nós
Ela vem mansa e dissolve
Em nós dois todos os nós
E transforma prata em ouro
Rusgas em fina lisura
É um mágico tesouro
Tecido de seda pura
A magia e o encantamento
Que envolvem nosso querer
É o mais doce sentimento
Que um dia alguém pode ter
No mágico despertar
Querendo sempre te ver
Imerso no amor o olhar
E o desejo de te ter
Envolvendo nosso amor
Eu vejo a magia no ar
Vestida de luz e cor
Abrindo as portas do amar!
Classificado –
III Jogos Florais de Caxias do Sul –
2011 - 2º Lugar
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Poeta de mão quebrada
Saí pela estrada da Poesia
Não era meu dia
Atropelei as metáforas
Esmaguei as assonâncias
E aliterações.
Fui denunciado
pego e arrebatado
Pelas leis cruéis das letras
Classificado II Concurso de Poesia
Urbana - 9º lugar - 2012
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Desatando nós
Hoje despertei mansa,
sonolenta
Com olhar semicerrado
Descerrei a janelinha do
meu porão
E pela fresta avistei
o jardim do meu coração
A terra com muita sede
Dilacerava rachaduras
Das flores de
antigamente
Somente ramas secas
Emaranhadas de nós
Sobreviveram, na árida
escuridão
as sementes?
Foi necessário arrombar
coragens
E adentrar medos
Para alargar meu olhar
Descuidei do meu jardim
Ali havia teias de
sonhos
Enroscadas em mágoas
Empoeiradas pelo tempo
Das flores perfumadas
Só os talos estalando
Pontiagudos,
machucando...
Arranhada, sangrando
Arranquei-os de lá
As lágrimas da saudade
Banharam o lugar
As fendas se fecharam
Sonhei a terra
renascendo
Com a porta escancarada
A visão já apurada,
reparei
Quase esmagados no chão
Cotilédones
retorcendo-se para a luz
Era o retorno da vida
Há muito trancada no meu
eu
Respirei... Suspirei...
Cerrei os olhos
Respirei outra vez
Aparei as arestas
Deixei as portas abertas
Convidei o Sol para
entrar
Menção Honrosa – Concurso Revolução Cultural - 2012
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