Premiação na Casa de Cultura Mario Quintana - 31-08-2012
Desatando nós
Hoje despertei mansa,
sonolenta
Com olhar semicerrado
Descerrei a janelinha do
meu porão
E pela fresta avistei
O jardim do meu coração
A terra com muita sede
Dilacerava rachaduras
Das flores de
antigamente
Somente ramas secas
Emaranhadas de nós
Sobreviveram, na árida
escuridão
as sementes?
Foi necessário arrombar
coragens
E adentrar medos
Para alargar meu olhar
Descuidei do meu jardim
Ali havia teias de
sonhos
Enroscadas em mágoas
Empoeiradas pelo tempo
Das flores perfumadas
Só os talos estalando
Pontiagudos,
machucando...
Arranhada, sangrando
Arranquei-os de lá
As lágrimas da saudade
Banharam o lugar
As fendas se fecharam
Sonhei a terra
renascendo
Com a porta escancarada
A visão já apurada,
reparei
Quase esmagados no chão
Cotilédones
retorcendo-se para a luz
Era o retorno da vida
Há muito trancada no meu
eu
Respirei... Suspirei...
Cerrei os olhos
Respirei outra vez
Aparei as arestas
Deixei as portas abertas
Convidei o Sol para
entrar
Menção Honrosa – Concurso Revolução Cultural - 2012
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